Retrogradação eterna de um dia te amar

Giuliana Fletcher
2 min readAug 23, 2023

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Texto para finalizar o desgosto de agosto e celebrar o fim de vínculos com pessoas das quais nunca devíamos ter gostado.

Eu sempre avisei: “Querido, quando eu acordar, nunca mais vou te tratar como sonho novamente” e aí eu despertei. A chave virou e seu mundo estagnou. Eu nunca fui nada, além da engrenagem que fazia tudo realmente funcionar, mas com tanta dispersão ao teu redor tu nunca pôde enxergar. Eu poderia te odiar agora, te amaldiçoar de novo, eu poderia fazer qualquer coisa, mas eu prefiro apenas não me permitir mais ocupar esse lugar.

Ilustração: Henn Kim/Facebook

Se eu sumir, entenda que você me ajudou a apagar tudo com a borracha da sua insanidade e desrespeito. Se eu de vez em quando der o ar, entenda que não vou ficar. Entenda, meu bem que sexo não é amor, eu não sou posse, e sim, eu sou um lar, mas essa é uma exclusividade limitada apenas a mim, você nunca mais irá acessar isso tudo que você colocou em risco.

Quem ri enquanto lida comigo não me leva a sério e eu sou divertida e amo sorrir, mas não tenho mais nada de inocente. Entenda, eu cresci demais. O que você continua procurando aqui? Para de cavar a minha paciência. Meu coração está fechado. Você deixou ele partir e meu amor por ti se desmanchar completamente. Era questão de tempo para nada disso fazer sentido! Eu não sou conformada, compreenda minha incompreensão, respeita a minha rebeldia em me amar mais do que aceitar estar na retrogradação eterna que foi algum dia suportar a ideia de te amar.

Texto: Giuliana Fletcher

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